
Dia notícia: Domingo, 9 de Novembro de 2008
http://dn.sapo.pt/2008/11/09/sociedade/ser_apos_35_anos_aumenta_risco_anoma.html
Meiose
Divisão I da meiose
Divisão II da meiose
Esta divisão é igual a divisão mitótica referida no post anterior, mas no entanto nunca é demais relembrar.
Figura com as várias fases da meiose:
Aspectos comparativos da mitose e da meiose
Podemos observar através dos gráficos, que ambas as fases são sempre precedidas por uma interfase, durante a qual, no período S a quantidade de DNA duplica por replicação. Posteriormente essa quantidade de DNA é reduzida. Ocorre uma redução para metade na anafase da mitose e na anafase I da meiose. Há uma segunda redução na meiose, durante a anafase II, passando de 2 Q para Q. Assim, no final da mitose cada célula tem metade a quantidade de DNA da célula original e no final da meiose cada célula tem ¼ da quantidade de DNA da célula original.
A meiose difere da mitose em três aspectos fundamentais:
--> Consiste em duas divisões sucessivas, originando 4 núcleos;
--> Cada um dos 4 núcleos é haplóide, contendo metade do número de cromossomas da celula-mãe diplóide;
--> Os núcleos haplóides produzidos contêm combinações génicas inteiramente novas.
Alterações ao nível dos cromossomas - Mutações cromossómicas
Por vezes, durante a meiose, ocorrem erros que levam a alterações na sequência normal dos genes, denominadas mutações genicas. Quando essa alteração envolve um grande número de genes no cromossoma, ou envolve o número de cromossomas, pode mesmo ser observada ao microscópio e denomina-se uma mutação cromossómica.
As Mutações Cromossómicas são anomalias que afectam o número ou a estrutura dos cromossomas e que podem ocorrer durante várias fases da meiose:
- Na divisão I, pela não separação dos cromossomas homólogos
- Na divisão II pela não separação dos dois cromatídeos de cada cromossoma
- No crossing- over.
Existem 2 tipos de mutações cromossómicas:
Em posts anteriores, já se referiu a influência dos agentes externos nas mutações e a sua influência no indivíduo (prejudicial, benefíca, sem efeito). Também já sabemos o quanto as mutações são importantes para a variabilidade genética e consequentemente para a evolução das espécies.
Reprodução sexuada e variabilidade genética
Os processos de meiose e fecundação asseguram a manutenção do número de cromossomas à descendência e contribuem para a variabilidade genética, visto que cada novo indivíduo apresenta mistura de genes paternos e maternos. Assim, os descendentes são semelhantes entre si e ao progenitor, mas não são iguais.
Durante a Meiose:
Durante a meiose o material nuclear foi duplicado uma vez e dividido duas vezes, pelo que cada célula-filha apresenta metade do número de cromossomas da célula diplóide inicial.
No entanto, mais importante que a redução do número de cromossomas é a consequência genética do processo:
-> Na metafase I a orientação ao acaso dos bivalentes causa uma mistura de material materno e paterno pelos dois núcleos filhos;
-> Devido ao crossing-over, cada cromossoma contém genes de origem materna e paterna.
Se a célula inicial apresentar dois pares de cromossomas existirão 4 combinações possíveis, se tiver três pares serão 8 e se forem 4 pares de cromossomas, 16 combinações possíveis. A fórmula geral seráSendo n o número de pares de cromossomas homólogos, o que na espécie humana corresponde a 223 combinações possíveis, ou seja, 8388608 possibilidades.
Neste enorme número de possibilidades ainda não é contabilizado o fenómeno de crossing-over que ocorre na profase I.
Este fenómeno consiste na troca de segmentos de cromatidios de cromossomas, entre cromossomas homólogos e permite combinações de genes paternos e maternos num só cromossoma. Podemos dizer que a meiose assegura a estabilidade do número de cromossomas para a descendência , mas também produz novas recombinações genéticas que permitem a variabilidade das espécies.
Durante a fecundação:
Quando este fenómeno ocorre, o número de possibilidades diferentes de combinações genéticas possíveis do zigoto, é igual ao produto das combinações genéticas possíveis nos 2 gâmetas que se fundem, ou seja a união ao acaso dos gâmetas contribui para a variabilidade genéticas das espécies. Assim, no caso humano o número de diferentes combinações é de: 8388608 x 8388608 por cada ovo formado, não incluindo os fenómenos de crossing-over.
Ovelha Dolly
Em 1996, o escocês Ian Wilmut, conseguiu a proeza de mostrar que era possível a partir de uma célula somática diferenciada clonar um mamífero, tratava-se de uma ovelha da raça Finn Dorset chamada Dolly.
O maior feito dos cientistas, foi fazer com que uma célula adulta se tornasse totipotente de novo. As células-tronco (ou totipotentes) possuem a capacidade de se diferenciarem em diferentes tipos de células. Antes o processo era considerado irreversível.
Este processo de clonagem foi feito através do isolamento de uma célula mamária congelada de uma ovelha da raça Finn Dorset de seis anos de idade. Esta foi colocada numa cultura com baixa concentração de nutrientes. Assim, a célula entrou num estado de latência parando de crescer. Em paralelo, foi retirado o óvulo não fertilizado de uma outra ovelha, da raça Scottish Blackface. Desse óvulo não fertilizado foi retirado o núcleo. Posteriormente, através de um processo de electrofusão ocorreu a união do núcleo da ovelha da raça Finn Dorset com o óvulo sem núcleo da ovelha da raça Scottish Blackface, dando início à divisão celular.
Na fase de oito a 16 células, as células diferenciam-se formando uma massa de células internas originando o embrião propriamente dito. Após seis dias, esse embrião, agora com cerca de 100 células, é chamado de blastocisto. O blastocisto foi colocado no útero de uma outra ovelha da raça Scottish Blackface que funcionou como "barriga de aluguer". Após a gestação, esta ovelha que é escura deu à luz um filhote branquinho da raça Finn Dorset chamada Dolly.
Apesar do sucesso da clonagem, a técnica apresentou alguns erros:
- A ovelha Dolly não era tão idêntica ao doador do núcleo, apesar de herdar da ovelha branca o DNA contido nos cromossomas do núcleo da célula mamária, ela também herdou da ovelha escura o DNA contido nas mitocôndrias e organelos que ficaram no citoplasma das células.
- Com o passar do tempo percebeu-se que a Dolly apresentava as extremidades dos cromossomas diminuídas, gerando isso, um envelhecimento celular precoce. Devido ao envelhecimento, Dolly sofria de artrite no quadril e joelho da pata. Isto ocorre devido ao facto de ela ter sido criada a partir de uma célula adulta de seis anos (idade da ovelha doadora do núcleo), e não de um embrião.
- Os problemas de saúde de Dolly levantam dúvidas sobre a possibilidade prática da clonagem de seres.
Vaca Margarida
Este processo, tal como o da ovelha Dolly deu-se por transferência de núcleos. Neste caso, o núcleo proveio de uma célula muscular de um embrião que se tinha desenvolvido normalmente numa fêmea de um casal de raça seleccionada.
Depois da extracção do núcleo deu-se a injecção deste no óvulo e o ovo foi cultivado in vitro durante algumas semanas, Formou-se o embrião que foi posteriormente transferido para o útero de uma vaca portadora. Após o período de gestação normal, nasceu a vaca Margarida.
Em ambos os casos (Dolly e Margarida) o núcleo que forneceu a informação genética pertencia a uma célula diferenciada, mas neste tipo de clonagem como se retirou a informação da célula muscular de um embrião, a vaca Margarida ao nascer tinha a idade do dador.
Clonagem Reprodutiva
A clonagem reprodutiva é obtida por implantação de um clone no útero, de forma a que a gestação se complete até ao nascimento do clone.
Quando se pretende clonar um indivíduo, retira-se o núcleo de uma célula de qualquer parte do corpo e insere-se num ovo ou zigoto. Esse ovo foi retirado de um indivíduo fêmea da mesma espécie de onde se destruiu o núcleo. Depois da fusão do núcleo com o ovo, este é colocado numa “barriga de aluguer”, onde decorrerá uma gravidez normal. Nasce então um clone do indivíduo pretendido que terá as mesmas características genéticas do indivíduo «doador».
Tem como objectivo o nascimento de crianças.
Vantagens:
a)A capacidade de criar seres humanos com a mesma informação genética para actuarem como dadores de órgãos;
b)O beneficio de estudar a diferenciação celular ao mesmo tempo que a clonagem é estudada e desenvolvida;
c)Os casais inférteis terão a possibilidade de ter filhos com a informação genética de um dos pais e poderiam, assim, deixar de ser usadas as técnicas actuais de fertilização in vitro, produzindo, deste modo, indivíduos relacionados a eles mesmos.
Desvantagens:
a)Técnica de baixa eficiência;
b)Vários fetos morrem durante a gestação ou logo após o nascimento;
c)Grande número de anomalias;
d)Envelhecimento precoce;
e)Os clones seriam maiores do que o normal;
f)Lesões hepáticas, tumores e baixa imunidade.
Clonagem Terapêutica
Na clonagem terapêutica, o objectivo não é implantar o clone no útero mas sim aproveitá-lo, numa fase ainda inicial do seu desenvolvimento (na fase de blastocisto) para lhe retirar as células internas, que serão cultivadas artificialmente. Estas células totipotentes, ou seja, que podem ser diferenciadas em vários tipos de células do organismo, chamam-se células estaminais embrionárias.
Podem ser utilizadas no intuito de restaurar a função de um órgão ou tecido, num organismo de criança ou adulto, transplantando novas células para substituir as células perdidas por doença, ou substituir células que não funcionam adequadamente devido a defeito genético (ex: doenças neurológicas, diabetes, problemas cardíacos, etc.). Esta técnica viria a substituir os transplantes e teria a vantagem de não necessitar de tratamentos do transplantado para evitar a rejeição, no caso do clone ser obtido a partir do organismo do doente.
Tem como objectivo a obtenção de tecidos ou órgãos destinados a fins médicos.
Vantagens:
a)A possibilidade de renovação da actividade de células danificadas, substituindo por células novas crescidas em cultura;
b)A capacidade de criar seres humanos com a mesma informação genética, actuando assim como dadores de órgãos;
c)O tratamento de doenças incuráveis, tais como Parkinson, doenças cardíacas, Alzheimer, paralisia, acidentes vasculares cerebrais, a diabetes e mesmo o cancro, através de uma técnica de transplante de células estaminais;
d)Acabar com o sofrimento originado por deficiências genéticas.
Desvantagens:
a)A clonagem de um ser humano para doar órgãos, tirando-lhe a vida;
b)A morte dos embriões utilizados no processo.
Técnica do DNA recombinante
A tecnologia do DNA recombinante permite criar novas combinações de material genético, capaz de ser herdado, a partir de moléculas de DNA que podem ser de diferentes origens.
A criação destas combinações, é feita recorrendo a uma estratégia denominada clonagem de genes, que utiliza como ferramentas biológicas principais as enzimas de restrição, que actuam como umas “tesouras”, para cortar o DNA, a DNA ligase, que liga esse DNA fragmentado e os vectores de clonagem que funcionam como veículos para a introdução e transmissão da nova informação genética às novas gerações celulares.
Para tal, as moléculas de rDNA, construídas de novo, são introduzidas em organismos hospedeiros adequados, de modo a serem transmitidas às novas gerações.
Após a introdução das moléculas de rDNA nas células hospedeiras há que proceder à selecção, das colónias que são constituídas por células idênticas que contém o rDNA pretendido. Este é constituído pelo vector de clonagem no qual o fragmento de DNA de interesse foi inserido.
Esta técnica tem sido cada vez mais desenvolvida e é usada com muitas finalidades. Algumas destas finalidades são:
–A produção da insulina;
–A produção de algumas proteínas do sangue;
–A produção de hormonas do crescimento;
–A produção de alguns tipos de activadores das defesas orgânicas para o tratamento do cancro, como tumores;
–A criação de vacinas sintéticas contra: malária e hepatite B;
–A criação e desenvolvimento de biotecnologias para a pesquisa segura de substâncias cuja manipulação envolve alto risco biológico: vacinas que se preparam com vírus infecciosos, onde pode existir o risco de vazamento incontrolado;
–Teste de paternidade.
Conclusão
Para concluir podemos afirmar que, com este trabalho não só reforçamos os nossos conhecimentos em relação a clonagem, como nos tornamos pessoas conscientes em relação a polémica existente em torno deste assunto. Isso permitiu que cada uma de nós formasse uma opinião concreta sobre o tema.
Assim, podemos dizer que se por um lado, através da clonagem podem existir grandes vantagens para o ser humano, por outro lado, este processo pode um dia tornar-se de tal forma incontrolável que poderá num futuro não muito longínquo vir a prejudicar o ser humano, de uma forma inimaginável.
Reprodução assexuada
Este tipo de reprodução, que se caracteriza pelo facto de os descendentes se desenvolverem a partir de uma célula ou de um conjunto de células do progenitor (todos os indivíduos são geneticamente iguais) leva a que, a partir de um só indivíduo possam formar-se numerosos indivíduos geneticamente idênticos, designando-se este agregado por clone. A produção destes indivíduos designa-se por clonagem.
A monotonia que se verifica na descendência é consequência do processo de divisão celular que está na base da reprodução assexuada — a mitose.
Só excepcionalmente podem surgir diferenças entre descendentes e progenitor ou seja, quando por acaso ocorre uma alteração genética (mutação).
Existem vários tipos de reprodução assexuada, sendo os mais comuns:
· Estolhos: Quando se produzem plantas novas a partir de caules prostrados (caídos) chamados estolhos. Cada estolho parte do caule principal e vai dar origem a várias plantas novas. O caule principal morre assim que as novas plântulas desenvolvem as suas próprias raízes e folhas.
· Rizomas: Quando certas plantas possuem caules subterrâneos alongados e ricos em substâncias de reserva. Estes caules, denominados rizomas, permitem à planta sobreviver em condições desfavoráveis, ainda que a parte aérea morra. Os rizomas têm a capacidade de alongar-se, originando gemas, que se diferenciam em novas plantas.
· Tubérculos: São caules subterrâneos e volumosos ricos em substâncias de reserva. Os tubérculos possuem gomos com capacidade germinativa, os quais dão origem a novas plantas.
· Bolbos: São caules subterrâneos que possuem um gomo terminal rodeado por camadas de folhas carnudas, ricas em substâncias de reserva. Quando as condições se tornam favoráveis, formam-se gomos laterais, que se rodeiam de novas folhas carnudas, e originam novas plantas. Alguns dos bolbos mais conhecidos são a cebola e a túlipa.
Os tipos de multiplicação vegetativa artificiais serão referidos posteriormente.