domingo, 9 de novembro de 2008

Reprodução nos seres vivos - Assexuadamente

A reprodução é uma das características exclusivas dos seres vivos. É a capacidade que os seres vivos têm de originar outros seres portadores de uma informação genética semelhante à dos progenitores.
É através da reprodução que o material genético é transmitido de geração em geração, umas vezes mantendo as características, outras produzindo algumas alterações. A perpetuação das espécies depende da sua adaptação ao meio ambiente. Quando essa adaptação é perfeita, a reprodução deverá manter e perpetuar essas características. Porém, se, por alteração do meio, as condições deixarem de ser favoráveis, a sobrevivência das espécies estará dependente da sua capacidade de adaptação ao novo ambiente.

Existem dois tipos fundamentais de reprodução:

  • Reprodução assexuada -> intervém um único progenitor. Neste caso não existe junção das duas células sexuais ou gâmetas. Por isso, os descendentes são geneticamente iguais aos progenitores.

  • Reprodução sexuada -> caracteriza-se pela junção de dois gâmetas de indivíduos diferentes, na maioria. A esta fusão dá-se o nome de fecundação. Daqui resulta uma única célula, ovo ou zigoto, no qual se recombina o material genético proveniente dos dois gâmetas.

Reprodução assexuada

Este tipo de reprodução, que se caracteriza pelo facto de os descendentes se desenvolverem a partir de uma célula ou de um conjunto de células do progenitor (todos os indivíduos são geneticamente iguais) leva a que, a partir de um só indivíduo possam formar-se numerosos indivíduos geneticamente idênticos, designando-se este agregado por clone. A produção destes indivíduos designa-se por clonagem.
A monotonia que se verifica na descendência é consequência do processo de divisão celular que está na base da reprodução assexuada — a mitose.
Só excepcionalmente podem surgir diferenças entre descendentes e progenitor ou seja, quando por acaso ocorre uma alteração genética (mutação).

Existem vários tipos de reprodução assexuada, sendo os mais comuns:

  • Bipartição ou Cissiparidade -> Esta divisão simples ou divisão binária, consiste na separação de um organismo em dois indivíduos de tamanho semelhante, que crescem e atingem as dimensões do progenitor.
    Este tipo de reprodução ocorre em seres vivos unicelulares, como os protozoários (amiba), e também em muitos invertebrados, como as anémonas.

  • Gemulação ou Gemiparidade -> Nesta divisão dão-se a formação de expansões, chamadas gomos ou gemas, na superfície da célula ou do indivíduo que, ao separarem-se, dão origem aos novos indivíduos, geralmente de menor tamanho que o progenitor.
    A gemulação ocorre em seres unicelulares (leveduras) e seres pluricelulares (anémona do mar e hidra de água doce).



  • Esporulação -> Neste caso formam-se as células reprodutoras, os esporos, que em condições favoráveis, germinam dando origem, cada um, um novo indivíduo. Os esporos são formados em estruturas especiais, os esporângios, e possuem uma camada protectora muito espessa, pelo que são muito resistentes, mesmo em ambientes desfavoráveis.
    São exemplos de esporulação os fungos como o bolor do pão e a penicillium e as plantas como os fetos.



  • Fragmentação -> Neste caso obtêm-se vários indivíduos a partir da regeneração de fragmentos de um indivíduo progenitor. No fundo consiste na divisão do corpo do organismo progenitor em várias partes e cada uma dessas partes é capaz de regenerar as partes em falta. Este tipo de reprodução ocorre em animais como esponjas, estrelas-do-mar, e algas.


  • Partenogénese -> Neste caso, dá-se o desenvolvimento de um indivíduo a partir de um óvulo não fecundado. Este tipo de reprodução assexuada ocorre nas abelhas, pulgões, nalguns peixes, anfíbios, répteis e na dáfnia.



  • Multiplicação vegetativa -> Este tipo de reprodução exclusivo das plantas. Ocorre por vários processos, podendo este agrupar-se em dois grandes grupos: a multiplicação vegetativa natural e a multiplicação vegetativa artificial.
    Neste processo que ocorre nas plantas, as estruturas vegetativas das mesmas, como as raízes, caules ou folhas, são modificadas, originando novos indivíduos.
    Por agora irei só referir os tipos de multiplicação vegetativa natural que são:
    · Folhas: Quando certas plantas desenvolvem pequenos propágulos nas margens das folhas. Cada um deles é uma plântula em miniatura, que cai ao solo, dando origem a uma planta adulta.



    · Estolhos: Quando se produzem plantas novas a partir de caules prostrados (caídos) chamados estolhos. Cada estolho parte do caule principal e vai dar origem a várias plantas novas. O caule principal morre assim que as novas plântulas desenvolvem as suas próprias raízes e folhas.



    · Rizomas: Quando certas plantas possuem caules subterrâneos alongados e ricos em substâncias de reserva. Estes caules, denominados rizomas, permitem à planta sobreviver em condições desfavoráveis, ainda que a parte aérea morra. Os rizomas têm a capacidade de alongar-se, originando gemas, que se diferenciam em novas plantas.



    · Tubérculos: São caules subterrâneos e volumosos ricos em substâncias de reserva. Os tubérculos possuem gomos com capacidade germinativa, os quais dão origem a novas plantas.



    · Bolbos: São caules subterrâneos que possuem um gomo terminal rodeado por camadas de folhas carnudas, ricas em substâncias de reserva. Quando as condições se tornam favoráveis, formam-se gomos laterais, que se rodeiam de novas folhas carnudas, e originam novas plantas. Alguns dos bolbos mais conhecidos são a cebola e a túlipa.

Os tipos de multiplicação vegetativa artificiais serão referidos posteriormente.


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